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O TIRO AR – TERRA NOTURNO REALIZADO POR HELICÓPTEROS


     EVANDRO LUIS AMORIM ROCHA - Cap Inf
(Instrutor do Centro de Instrução de Aviação do Exército)

      O emprego de helicópteros em combate noturno é uma prática cada vez mais empregada em exércitos de todo o mundo. Dentre as missões noturnas realizadas pelas aeronaves de asas rotativas está o Ataque Aeromóvel. Para realizar essa operação de forma eficiente, pilotos, aeronaves e armamentos devem estar perfeitamente adaptados a pilotagem e a prática do tiro ar - terra em condições de baixa luminosidade.

     A Aviação do Exército Brasileiro alinhada com essa tendência mundial, incluiu no programa de implantação do vôo com óculos de visão noturna (OVN) os estudos para a realização do tiro ar – terra com armamento axial das aeronaves HA-1 FENNEC/ESQUILO.

     Nos anos de 2002 e 2003, o 1º Esquadrão de Aviação do Exército deslo-cou-se para Santa Maria - RS, onde realizou um exercício de tiro noturno com armamento axial juntamente com 5º/8º Grupo de Aviação da Força Aérea Bra-sileira. Na oportunidade, foram realizados tiros com a metralhadora .50 e .30 dos HA-1 FENNEC do 1º Esqd Av Ex e dos UH-1H do 5º/8º GAv respec-tivamente, utilizando o estande de SAICÃ que é adaptado para realização de tiros e lançamentos noturnos. Esse exercício foi muito importante para desen-volver perfis de tiro que permitissem posteriormente realizar com segurança os testes de tiro com os óculos de visão noturna e verificar as adaptações necessárias para que o estande permita operações noturnas.

     No perfil realizado em SAICÃ, foi verificada a grande importância do radar altímetro para determinar o momento de iniciar a arremetida, tendo em vista a carência de referências visuais e a tendência do piloto de “congelar” no alvo que é o ponto do terreno onde há maior luminosidade e por conseqüência atrai a atenção. Na arremetida, a aeronave sobrevoava o alvo mantendo uma razão de subida de pelo menos 300 ft/min até atingir a altitude do tráfego e, só então, iniciar a curva de través. Na Aviação do Exército Brasileiro não é se recomenda sobrevoar o alvo após o ataque, porém vale lembrar que esse perfil destinava-se ao treinamento de perfis para a realização do ensaio do tiro com OVN.

     Dando continuidade ao estudo do tiro com OVN, foram realizados em 2003 ensaios no solo onde se verificou a compatibilidade entre o sistema de controle de armas e o visor utilizados pelas aeronaves de ataque da Av Ex e os óculos de visão noturna. Verificou-se que a Unidade de Controle do Armamento Axial Helibrás (UCAAH) não interfere no OVN e que utilizando os óculos é possível realizar a pontaria através do visor T-100, após ajuste da luminosidade através do “DIM” existente na caixa de controle do visor.

     Em 2004, o 5º/8º GAv da FAB realizou sua primeira campanha de tiro com OVN, alcançando grande sucesso. Em contatos realizados entre militares da AvEx e da FAB, foram coletadas informações que colaborarão para a realização da primeira campanha de tiro da Av Ex com OVN que deve ocorrer em breve.

     No momento atual, o CIAvEx trabalha no sentido de adaptar o painel das aeronaves HA-1 para o vôo com OVN. Alcançado esse objetivo e tendo forma-do tripulações para vôos com OVN nos HÁ-1, o próximo passo será realizar ensaios de tiros com a aeronave no solo para confirmar as informações pres-tadas pela FAB que dão conta que o clarão do lançamento dos foguetes e dos tiros de metralhadora não “ofuscam” o OVN. Obtendo-se sucesso nos teste no solo, deve ser realizada uma campanha de tiro onde as aeronaves realizem os perfis de tiros treinados em SAICÃ, porém nessa oportunidade utilizando os óculos de visão noturna. Em seguida, quando as tripulações da Av Ex já estiverem em um nível de proficiência que permita a realização do tiro com OVN dentro da mais elevada segurança nos perfis de treinamento, deve-se partir para o incremento de perfis de tiro mais adequados para o emprego em combate noturno.

     Sem dúvida, no final desse processo, a operacionalidade e a letalidade das ações da Aviação do Exército Brasileiro crescerão em muito, fazendo com que o Brasil pertença ao seleto grupo de países que possui tecnologia e pessoal treinado para realizar operações noturnas com alto grau de eficiência.

 

 

PELA AUDÁCIA!


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