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A Prevenção de Acidentes nas Organizações Militares


     MARCELO TAKESHI KARIMATA - Cap Inf
(Instrutor do Centro de Instrução de Aviação do Exército)

“A guerra é uma loteria na qual se deve arriscar pequenas quantias”, mesmo Napoleão Bonaparte, através desta frase, demonstra que, em comba-te, deve-se gerenciar e prevenir riscos desnecessários. E em tempo de Paz?

     A prevenção de acidentes em uma OM é, hodiernamente, uma das maiores preocupações do seu comandante. Conviver com a questão: como proceder quando as necessidades são infinitamente superiores aos recursos cada vez mais escassos..., mas também, manter um elevado nível de segurança nas atividades da OM? É uma tarefa muito desafiadora.

     Com grande propriedade e pertinência, este assunto tem estado em voga nos últimos anos em todas as reuniões, instruções, simpósios e atividades da Caserna que envolvam algum tipo de risco ao bem mais importante e precioso que uma organização pode possuir: o recurso humano.

     Seria o assunto uma novidade? Com certeza, não. A atividade de pre-venção está ligada ao próprio instinto natural de sobrevivência do homem. Na Força Terrestre, sempre houve uma mentalidade de prevenção de acidentes em todos os seus seguimentos, principalmente nas instruções. Então, por que se falar em prevenção? Não seria um assunto redundante e decadente?

     Estudos recentes e a evolução em técnicas de planejamento e gestão alia-dos ao grande número de trabalhos realizados em prol da prevenção de aci-dentes em todos os ramos da sociedade, como o do trabalho e da aviação, têm demonstrado um expressivo incremento na valorização do tema em questão.

     Percebe-se que, além dos objetivos (fins) para os quais qualquer entidade está direcionada, a preservação do seu capital intelectual (meios) em boas con-dições físicas, morais e psicológicas é conditio sine qua non para bem atingir as suas metas com grande eficácia e eficiência.

     Em contrapartida, a inobservância dos preceitos da prevenção podem gerar condições inseguras concorrentes para um eventual acidente. Indesejável por todos, tal situação ocasiona uma série de conseqüências graves no seio de uma OM. De uma forma mais grave, além das perdas humanas irreparáveis advindas do acidente que, por si só, já são suficientes o bastante para atuar de forma ativa na prevenção, perfazem outros óbices como: a alteração no moral da tropa, a perda de material, despesas com a reposição de material, custos judiciais e securitários, etc.

     Segundo o Caderno de Instrução de Prevenção de Acidentes, CI 32-1, (COTer, 2002), os acidentes ocorrem de acordo com uma seqüência de even-tos combinados aleatoriamente culminando na situação de irreversibilidade do acidente. Atuando-se em um destes eventos, de forma a retirá-lo desta se-qüência, pode-se evitar um acidente.

     Mas, se tudo isso é de domínio comum, por que, ainda, ocorrem acidentes?

     A obra de Platão, “O Mito das Cavernas”, conta que um grupo de homens vive confinado numa caverna, na qual escassa luz penetra pela abertura ou provém de uma fogueira, para a qual todos estão de costas voltadas. O que se passa lá fora, as coisas reais, são percebidas, apenas como sombras difusas, projetadas sobre o fundo. Tais sombras passam a ser para os que ali vivem aquela situação, a própria realidade. Assim, por analogia, muitas situações in-seguras ou eventos da seqüência de um acidente podem estar passando desa-percebidos, latentes, difusos no dia a dia de uma OM, aguardando apenas uma oportunidade para causar um mal maior.

     A melhor forma de se evitar um acidente é, ainda, a prevenção. Algumas empresas comerciais de aviação utilizam o seguinte lema: “se você acha que a prevenção custa caro, experimente um acidente”. A prevenção é, antes de tu-do, a antecipação, a observação, e a conscientização aliados à experiência dos integrantes do sistema.

     Atuar na identificação, no controle e, quando possível, na eliminação das “falhas latentes” é como o Comando do CIAvEx tem direcionado as atividades de instrução aérea e terrestre, serviço, TFM e demais circunstâncias relaciona-das ao risco para com o pessoal.

     A conscientização e a participação de todos os integrantes do CIAvEx para a mudança do comportamento individual e na cultura organizacional face à pre-venção de acidentes nos diversos processos realizados nesta OM, visto a real necessidade de se obter o máximo de desempenho combinado com o máximo em segurança, coloca o CIAvEx na esteira das diretrizes do Programa de Exce-lência Gerencial do Exército Brasileiro.

     Destarte, todo acidente pode e deve ser evitado e todos os integrantes são importantes na prevenção de acidentes de uma OM.

 
 
PELA AUDÁCIA!

     

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