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Impressões de Ex-Alunos

     MÁRCIO SANTOS TEIXEIRA - Cap Ten do Corpo da Armada – MB
(Encarregado da Divisão de Vôo do Esquadrão HU-1, Base Aeronaval de São Pedro D’Aldeia)

      A oportunidade de realizar o Estágio de Pilotagem Tática (EPT) e o Curso de Piloto de Combate (CPC) no Exército Brasileiro me foi dada por meio de uma conhecida pergunta: “Você é voluntário?”, à qual respondi, ato contínuo, com um “- É claro!”. A pressa em responder se justificava por eu saber que havia tantos outros à espera de minha negativa, prontos para cursar com o mesmo entusiasmo a que eu me dispunha.

     Apresentei-me ao CIAvEx munido de informações transmitidas pelo oficial do meu Esquadrão que cursara no ano anterior. Fruto disso, minhas expec-tativas eram altas com relação ao que eu iria encontrar naquele Centro de Ins-trução, muito respeitado entre todos os profissionais do meio.

     Apesar de altas, as expectativas foram sendo superadas a cada momento. Minha chegada deu-se em Janeiro, na semana anterior ao início do EPT, para que eu me adaptasse à aeronave HA-1, e a cordialidade que me foi dispensada por todos os militares do CAvEx demonstrou o sentimento de cooperação existente entre as Forças irmãs. Conheci, também nesta oportunidade, meu primeiro colega de curso, o 1ºTenAv Magrinelli, da Força Aérea Brasileira, com quem aprendi muito acerca do emprego da asa rotativa no âmbito daquela Força.

     Teve início o EPT e as aulas teóricas aumentavam ainda mais o desejo de pôr em prática, na aeronave, os ensinamentos obtidos em sala de aula. O momento chegou, finalmente, em São Pedro da Aldeia, área que conheço bem, pois é sede da Aviação Naval.

     Logo no meu primeiro vôo a Aviação do Exército justificou a excelência pela qual seus pilotos são conhecidos. Após um apagamento do motor, o Ten Cel Avellar, comandante do CIAvEx e instrutor naquele vôo, conduziu a aeronave, em auto-rotação, a um pouso seguro, permitindo que os 3 tripulantes, ele, eu e o Cap Davis (meu companheiro de estágio) saíssemos ilesos do acidente.

     Tomadas as devidas providências e passado o susto, o Estágio teve conti-nuidade, após somente um dia de paralisação. Regressamos a Taubaté e, ao final do exercício de tiro com foguete e metralhadora axial, na Marambaia, o EPT teve fim no início do mês de Abril.

     As manobras e técnicas aprendidas são aplicáveis à Aviação Naval não so-mente no que se refere à segurança tática aplicada em um ambiente de conflito terrestre como, por exemplo, o que encontramos em Operações Anfíbias, mas, principalmente, no que se refere à segurança técnica, que preserva o que te-mos de mais valioso nas Forças Armadas: a vida humana.

     O CPC iniciou-se logo em seguida ao EPT e as minhas dificuldades foram representadas, principalmente, pela adaptação às doutrinas, à compreensão da estrutura do Exército Brasileiro e à navegação tática, experiência ainda inédita para mim e que viria a ser uma importante ferramenta nas etapas seguintes do Curso.

     Nas Operações do Vale Paraíba e de Lins, aprendemos a planejar, realizar Ordens Preparatórias e de Operação e executar missões de Vigilância, Incur-são, Assalto, Reconhecimentos de Eixo e de Área e Ataque Aeromóveis. Concluídas as referidas operações, estávamos aptos a comandar frações de helicópteros até o nível Esquadrilha.

     O fato de se poder executar na prática o que se planejou no papel, aliado à alta qualidade dos instrutores, eleva o EPT e o CPC a um nível de excelência ra-ramente visto em nossa realidade, principalmente em virtude das dificuldades orçamentárias por que passam as Forças Armadas atualmente. Outro aspecto relevante a ser observado é a importância do intercâmbio entre as Forças, permitindo a uniformidade de termos e procedimentos, o que é essencial para o sucesso de Operações Combinadas, operações estas, cada vez mais freqüentes.

     Por fim, considero que as amizades que fiz, de Santa Maria a Manaus, pas-sando por Taubaté, foram o bem mais valioso e duradouro que adquiri durante minha permanência no CIAvEx e, por isso, sempre serei grato ao Exército Brasileiro.

Aviação! Brasil!

PELA AUDÁCIA!


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