ANYSIO LUIZ CRESPO ALVES NEGRÃO – Maj Cav
(Instrutor do Centro de Instrução de Aviação do Exército)
Durante o Curso Avançado de Aviação (AAV) 2004, foi realizado um Exer-cício no Terreno (ET) em LINS-SP, onde e quando foram colocados em prática vários conhecimentos doutrinários sobre o emprego da Aviação do Exército, particularmente o emprego de um Esquadrão integrando uma Divisão de Exér-cito (DE).
Para a execução do exercício, os alunos foram divididos em dois estados-maiores (EM) com Comandante, S1, S2, S3 e S4.
Foram estabelecidos os países VERMELHO e AZUL com capitais em UBER-LÂNDIA e MARINGÁ, respectivamente e os países MARROM e AMARELO neu-tros.
A manobra constituiu-se em realizar uma ofensiva na direção N-S a fim de conquistar parte do território inimigo e, em seguida, conduzir uma defesa em posição a fim de cobrir a mobilização de novos meios, para, finalmente, cercar e destruir a maioria dos meios do inimigo. Esta operação foi realizada numa fai-xa entre o Rio GRANDE e o Rio PARANAPANEMA, com a maioria das operações acontecendo entre LINS e MARÍLIA-SP.
O Esqd foi colocado em integração a uma DE e estabeleceu sua Base de Operações na região de PROMISSÃO, dentro da área de retaguarda da DE. Nessa fase do exercício foi explorado ao máximo os conhecimentos de logís-tica, ressaltando os seguintes: estrada principal de suprimento (EPS), eixo de suprimento e evacuação (E Sup Ev), Aeródromo de Campanha, Base de Es-quadrão, fluxo de suprimentos, entre outros.
Numa segunda etapa foi solicitado aos alunos o estudo detalhado do inimi-go e do terreno, aplicando o Processo de Integração Terreno, Condições Me-teorológicas e Inimigo (PITCI), cabendo ressaltar que este estudo serviu como base para o cumprimento de todas as operações que vieram a seguir.
A partir de então, os alunos realizaram o planejamento das seguintes ope-rações no nível Esqd:
- Assalto aeromóvel;
- reconhecimento aeromóvel; e
- ação retardadora (Aç Rtrd).
Esta última Op foi uma manobra conjugada de Rec Amv, Atq Amv e Seg Amv, resultando numa ação retardadora. Para realizar tal missão, o Esqd rece-beu um Batalhão de Infantaria Leve (BIL)e uma Bateria de Artilharia para inte-grar a Força Tarefa Aeromóvel (FT Amv), dessa forma a aviação conseguiu reu-nir as características necessárias para realização de um Movimento Retrógrado.
A ação retardadora foi realizada entre OURINHOS e MARÍLIA, sendo esta-belecidas três posições de retardamento e com um prazo de duas jornadas para retardar. Ambos os EM decidiram por uma Aç Rtrd por posições suces-sivas.
Durante a operação ficou evidente que a Ação Retardadora é possível de ser realizada por uma FT Amv, logicamente sendo adaptadas a algumas parti-cularidades da aviação, como, por exemplo, a grande necessidade de supri-mentos Cl III e V. A Aviação permitiu deslocamentos rápidos entre as posições de retardamento, possibilitou ataques aeromóveis para interromper o movi-mento do inimigo e inquietá-lo até ficar no alcance das armas de Art, facilitou a observação do Ini a grandes distâncias, entre outras possibilidades. O BIL per-mitiu que o terreno fosse mantido até o prazo estabelecido para a retirada das posições de retardamento, completando as possibilidades da força-tarefa.
Outra experiência aprovada durante o curso foi a inclusão dos Gerentes de Aviação. O conhecimento destes militares na área logística permitiu que, aspec-tos como esses, fossem explorados com profundidade e que houvesse uma grande troca de experiências durante os debates dos diversos pedidos.
A grande virtude desse exercício foi poder explorar e estimular a inteligên-cia dos alunos e instrutores no emprego da aviação, não se prendendo sim-plesmente nos manuais, mas desenvolvendo trabalhos que adaptem a doutrina à situações novas que se apresentariam em combate.
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