Retorne à Página Principal da Revista!
Divisão de Cursos e Estágios!
Bem-Vindo à Divisão de Ensino do CIAvEx!
Divisão de Informática!
Esquadrilha de Comando e Serviço!
Editorial do Comandante do Centro de Instrução!
Esquadrilha de Helicópteros de Instrução!
Seção de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos!
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DO CUSTO DO CICLO DE VIDA - UM ESTUDO PARA REFLEXÃO
     Após a reativação de sua aviação, o Exército precisava definir quais aeronaves iriam compor sua frota. Em 1987, um consórcio formado pela fabricante francesa de aeronaves Aerospatiale e pela sua subsidiária no Brasil, a Helibras, foi escolhida como fornecedor dos primeiros helicópteros da Aviação do Exército. Logo de início, uma grande compra foi efetuada. Foram adquiridos de uma só vez 16 helicópteros HB 350 L1 Esquilo e 36 AS 356K Pantera, totalizando 52 aeronaves. Após o recebimento dessas aeronaves, em 1991, o Exército formalizou a compra de mais 20 AS 550 A2 Fennec do mesmo consórcio, aumentando sua frota para expressivas 72 aeronaves.
     Assim, após a realização de uma licitação internacional foi assinado em 1988 o Contrato n° 02/88 – DMB – Exterior, firmado entre a União, por intermédio do então Departamento de Material Bélico (DMB), hoje Departamento Logístico (D Log), e o consórcio constituído pelas empresas Helibras (Helicópteros do Brasil S.A.), Aerospatiale (“Societé Nationale Industriale”) e Engesa (Engenheiros Especializados S/A), no valor aproximado de US$ 246.000.0000,00 (duzentos e quarenta e seis milhões de dólares), equivalentes à contrapartida do valor total do contrato de aquisição de 36 aeronaves AS 365K – Pantera e 16 aeronaves HB 350L1 – Esquilo. Foi o primeiro contrato offset do Exército Brasileiro referente a acordos de compensação de saldos na aquisição de helicópteros Aeroespatiale e a venda pela Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A.) de 50 aviões Tucano para a Força Aérea Francesa. (OFFSET, p.153).
      Quatro anos após a assinatura do mencionado contrato, foi assinado o Termo Aditivo n° 01/92 ao Contrato n° 001/88 – DMB – Exterior, que permitiu a compra de mais 20 (vinte) aeronaves AS 550 A2 – Fennec, acrescentando cerca de US$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de dólares) ao contrato de aquisição.Dessa maneira, o presente estudo esta focado nos dois primeiros lotes de aquisições de aeronaves pelo Exército Brasileiro onde faremos uma análise do custo total ao longo do ciclo de vida.
     Para analisarmos os dois primeiros lotes de compras realizadas pela Aviação do Exército, observaremos como se comporta a evolução do custo de uma frota de aeronaves durante o seu ciclo de vida segundo as Instruções Normativas elaboradas pela DMAvEx como descrito no gráfico abaixo.
 
GRÁFICO 01 - EVOLUÇÃO DO CUSTO DE UMA FROTA DE AERONAVES
Fonte: Instrução Normativa da Aviação do Exército - INAvEx 3.009 Agosto 1999
 
     Observa-se claramente a “curva da banheira” no gráfico apresentado, demonstrando que a “Lei das Falhas” relacionada ao custo é aplicável tanto para equipamentos quanto para sistemas, como é o caso da frota de aeronaves da Aviação do Exército.
     A premissa básica apresentada na evolução do custo da frota esta relacionada com o comportamento dos custos ao longo da vida útil das aeronaves a análise do custo do ciclo de vida (CCV), que pode ser representado pela fórmula: CCV= Custo da Aquisição + Custo de Operação e Suporte + Custo da desativação.
     Para confirmar as informações contidas no gráfico com a realidade vivida pela Aviação do Exército foram extraídos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI referentes a gastos realizados pela Aviação do Exército nas atividades finalísticas ligadas a implantação, operação e manutenção das aeronaves no período de 1991 a 2003.
     Os dados levantados foram consolidados em uma planilha onde se obteve a seguinte configuração representada através do gráfico a seguir.
 
GRÁFICO 02 – RECURSOS RECEBIDOS Atv FINALÍSTICA
Fonte: SIAFI – período de 1991 a 2003
 
     Observa-se que o gráfico constante da INAVEX e o gráfico dos gastos realizados possuem um comportamento muito parecido, entretanto, a curva do ciclo de vida do segundo esta acentuadamente em declínio a partir de 1996 e só voltando a elevar-se um pouco em 2001. Esta situação pode estar relacionada com a descontinuidade do orçamento do Exército e com os constantes cortes de recursos ao longo dos anos.
     Outro aspecto, para reflexão, é o fato que as aeronaves adquiridas em 88/92 estarão completando 20 anos de operação em 2008, e se considerarmos a “Lei das Falhas” acredita-se que os custos para manutenção das mesmas deverão se acentuar continuamente. Se relacionarmos as constantes restrições orçamentárias com a crescente demanda por intervenções devido ao envelhecimento da frota, necessário será, fazer uma avaliação econômica e operacional para estabelecer em que momento a Aviação do Exército precisará desativar esse primeiro lote de aeronaves em virtude da inviabilidade de mantê-las voando.
     A dificuldade em se manter a disponibilidade das aeronaves nos níveis aceitáveis, as constantes reduções de horas de vôo e a preservação de algumas aeronaves realizadas recentemente, bem como a tentativa de venda de outras pela DMAVEX, pode ser um indicador importante de que essa decisão esta mais próxima do que se imagina, por isso, importante será definir o quando, como e a que preço será iniciado o processo de alienação das aeronaves em conjunto com todo o suporte correspondente, como ferramental, suprimentos e equipamentos.
Ten Cel Átila Fortes de Andrade – Ch DEN
Pela Audácia!