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A ATUAÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR FRENTE ÀS NOVAS DEMANDAS DO CONTEXTO EDUCACIONAL
 
Cap QCO Marízia Guedes Rodrigues
 

O supervisor escolar vem ao longo do tempo sofrendo com as mudanças impostas ao meio educacional, seja pela modernização da prática pedagógica ou pelas legislações pertinentes nas quais imperam novas trajetórias no contexto do ensino e da aprendizagem. No contexto do ensino, vemos a necessidade de mudanças em relação às teorias da aprendizagem, aos estudos sobre funcionamento do cérebro, sobre a forma de aprender e sobre a assimilação das informações e da tecnologia de ponta. No contexto da aprendizagem, temos um aluno que está diante de um mundo globalizado e atento às suas inteligências, habilidades e competências.

Evidenciada essa realidade, o supervisor escolar assume uma enorme responsabilidade, uma vez que tem de zelar pela qualidade do processo ensino-aprendizagem e interferir com pertinência na ação docente para que a aprendizagem ocorra com sucesso. Nesse momento, ele deixa a ação fiscalizadora e assume a ação de mediador, orientador e tutor do processo. Abandona o trabalho que o afastava muitas vezes dos demais profissionais, e passa a atuar em conjunto com eles. A ação supervisora deixa de ser isolada das outras ações pedagógicas e torna-se coletiva.

 
 

Em nome da eficiência e da eficácia, defendidas por abordagens de influência taylorista que subjazem as filosofias tecnocráticas — as quais valorizam a racionalidade —, o supervisor é considerado o instrumento de execução das políticas centralmente decididas e, simultaneamente, o verificador de que essas mesmas políticas são efetivamente seguidas. (...) Porém, com o reflexo do movimento de capacitação e autonomização do professor e da própria escola como coletivo de profissionais, começa hoje a ter-se uma concepção mais pedagógica da supervisão concebida como uma co-construção com os professores e do trabalho diário de todos na escola. O supervisor passa assim a ser parte integrante do coletivo de professores, e a supervisão realiza-se em trabalho de grupo (ALARCÃO in RANGEL, 2001, p.11-2).

 

Essa nova concepção da supervisão favorece não só o resultado do trabalho — que obviamente é o objetivo de todo esforço empregado —, mas, principalmente, as relações interpessoais dentro da escola e até mesmo dentro do sistema educacional. Relações que interferem diretamente no produto de qualquer trabalho em educação e que, portanto, devem ser priorizadas no tocante ao planejamento, execução e avaliação do processo ensino-aprendizagem. Logo, essa nova postura a ser assumida pelo supervisor — agora não mais escolar e sim pedagógico — requer uma reformulação do seu agir. Como profissional que prima pela qualidade do ensino, deve atentar para as formas de atingir esse objetivo primordial. Critérios e padrões de qualidade devem ser construídos a partir da interação entre o supervisor e os professores. Essa interação deve ser efetiva e permear, além do processo ensino-aprendizagem, todo o ambiente que o envolve, incluindo-se aí a comunidade em que está inserido o estabelecimento de ensino.

Ao perceber-se nesse novo contexto em que está inserido, o supervisor pedagógico assume um papel bastante relevante, com novas atribuições, novos conceitos e novas formas de agir e pensar a educação. Isso lhe dá outras perspectivas para melhor realizar o seu trabalho, entretanto aumenta a sua responsabilidade sobre o produto final: o aluno cidadão, amplamente formado e qualificado para o trabalho, capaz de pensar criticamente sobre a realidade em que vive, de modo a fazer diferença na sociedade.

Referências Bibliográficas:

ALVES, Nilda (org). Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na escola. São Paulo: Cortez, 1997.

RANGEL, Mary (org). Supervisão Pedagógica: Princípios e Práticas. Campinas, SP: Papirus, 2001.

 
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