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ENTREVISTA

ENTREVISTA COM O DIRETOR DE MATERIAL DE AVIAÇÃO DO EXÉRCITO

Gen Bda DENIVART


      1. Quais as principais atividades desenvolvidas pelas seções da Diretoria de Material de Aviação do Exército?

      a. Dentre as atividades desenvolvidas pela Seção de Manutenção, destacam-se:

1) gerenciamento das atividades e tarefas inerentes à função logística de manutenção dos materiais de gestão da DMAvEx, nela compreendidos a revisão, o reparo, a calibração, as verificações e testes diversos, as análises de óleos e fluídos e os controles de vibração;

2) disponibilização de dados, informações e pareceres referentes à s atividade s de manutenção;

3) participação, junto com a Seção de Planejamento, Integração e Controle (SPIC), na confecção dos contratos pertinentes à s atividade s de manutenção;

4) acompanhamento e fiscalização da execução dos mencionados contratos; e

5) elaboração de documentos técnicos pertinentes à s atividade s de manutenção.

     Particularmente no momento atual, a Seção de Manutenção desenvolve um importante trabalho direcionado para a integração logística entre as Forças Armadas, na qual se destaca a busca para a obtenção de acordos de prestação mútua de serviços, com o objetivo precípuo de reduzir os custos de manutenção da frota de cada Força.

     Outra importante atividade recentemente desenvolvida pela Seção de Manutenção foi a coordenação dos estudos visando a apresentar, ao EME, por intermédio do Departamento Logístico, propostas de linhas de ação para a implantação do Parque de Material de Aviação do Exército.

     b. Pode-se citar como principais atividades da Seção de Suprimento as seguintes:

- levantamento e consolidação das necessidades de materiais e serviços inerentes ao suprimento de aviação;

- análise dos pedidos de material remetidos pelas OM Av Ex;

- elaboração dos processos de compra de material de aviação (suprimento, ferramental e equipamentos) no exterior;

- catalogação e inserção de dados do material de aviação no Sistema de Catalogação do Exército (SICATEX);

- fiscalização e controle das atividades do Depósito Especial (DE), antigo Depósito Especial Alfandegado (DEA), localizado em Taubaté-SP; e

- aquisição centralizada do combustível de aviação, controle do seu saldo e acompanhamento do seu consumo pelas OM Av Ex.

     c. A Seção de Planejamento, Integração e Controle assessora o Diretor nos assuntos diretamente relacionados ao orçamento, sendo suas principais atividades as seguintes:

- confecção e atualização do Plano Setorial (PS) e do Programa Plurianual Setorial (PPS) referentes aos projetos e atividades relacionadas à AvEx;

- implementação da execução das diretrizes orçamentárias do Exército;

- provisão e gerenciamento do emprego dos recursos sob a gestão da DMAvEx, de acordo com as diretrizes recebidas;

- controle da execução do Programa Plurianual Setorial (PPS) e do Programa Interno de Trabalho (PIT);

- controle da execução dos contratos de aquisição de suprimento e de prestação de serviços nas áreas interna e externa;

- controle da execução da contabilidade financeira dos recursos alocados ao D Log na rubrica da Aviação do Exército;

- controle do lançamento patrimonial dos bens de consumo e dos bens móveis transferidos para as diversas OM Av Ex; e

- gerenciamento das solicitações de cursos e estágios, visando a qualificação, valorização e motivação dos recursos humanos da Av Ex.

     d. As principais atividades desenvolvidas pela Seção Técnica de Aviação, cujos trabalhos têm grande importância no assessoramento ao Diretor nos assuntos de natureza técnico-normativa, são as seguintes:

- acompanhamento técnico dos projetos de gestão da DMAvEx, sendo apoiada, nesse particular, pelo pessoal da Diretoria destacado em Taubaté (DMAvEx Div Tte);

- gerenciamento da aprovação, edição, publicação e difusão das normas e publicações técnicas relativas ao material de aviação;

- gerenciamento do recebimento, da distribuição, do controle e da atualização das publicações técnicas dos fabricantes dos materiais de aviação distribuídos às OM AvEx;

- análise e acompanhamento da aplicação das modificações técnicas nos materiais de aviação da AvEx, sejam elas originadas pelos fabricantes ou propostas pelas OM Av Ex;

- acompanhamento da avaliação técnica do material de aviação;

- acompanhamento, emissão e consolidação de relatórios e pareceres recebidos das OM AvEx relativos a problemas técnicos, deficiências e incidência de defeitos constatados no material da Aviação do Exército;

- ação junto aos fabricantes e fornecedores no sentido de apresentarem soluções para os mencionados problemas técnicos, deficiências e defeitos;

- avaliação e qualificação de empresas fabricantes e prestadoras de serviços e de oficinas das OM AvEx, contando, para tal, com o apoio do pessoal da Diretoria destacado em Taubaté; e

- estudos e pesquisas para a nacionalização da fabricação e da manutenção do material da Aviação do Exército, também contando, para tal, com o apoio do pessoal da Diretoria destacado em Taubaté.


      2. Quais os maiores desafios da Diretoria para “Fazer Voar” ?

      Na atual conjuntura econômica do país e considerando as demandas crescentes de recursos para manter o material de aviação existente na Aviação do Exército, devido ao envelhecimento da frota AvEx, os maiores desafios enfrentados pela DMAvEx, no cumprimento da sua nobre missão de fazer a Aviação do Exército voar, são as restrições orçamentárias e os contingenciamentos de recursos impostos pelo Governo Federal às Forças Armadas.

     Em conseqüência, a DMAvEx tem recebido recursos aquém das reais necessidades, não permitindo atender simultaneamente aos esforços logístico e aéreo em sua plenitude.

     Para atender ao esforço logístico, são realizadas, pela Diretoria, as despesas relacionadas à manutenção da frota de helicópteros (aquisição de suprimento, inspeções calendáricas, revisões gerais de motores, etc.), dos equipamentos de apoio de solo, do ferramental, dos instrumentos, da documentação técnica, entre outros, todas de cunho obrigatório, além de outras despesas relacionadas a pagamento de contratos e aquisição de combustíveis, óleos e lubrificantes.

     O esforço aéreo diz respeito ao emprego da frota de helicópteros, traduzido em horas de vôo. Estas, baseadas nas necessidades do CAvEx e do 4º Esqd Av Ex, são solicitadas pelo COTer, visando a apoiar a formação de pessoal, o adestramento de tropas, o emprego operacional da Força e outras necessidades eventuais.

      3 . Estando a Aviação do Exército a caminho de se tornar a maior operadora de helicópteros do Brasil, como a DMAvEx está se estruturando para assumir esse papel de liderança ?

     A AvEx já nasceu operando grande quantidade de aeronaves. Desde o recebimento da primeira delas, a DMAvEx vem agregando experiência, conhecimento e capacitação em pessoal e material para o exercício de suas missões. Dessa forma, a Diretoria está ciente dos novos desafios decorrentes da possibilidade da Aviação do Exército se tornar a maior operadora de helicópteros do Brasil e encara com confiança, naturalidade e otimismo o crescimento da frota operada pela Aviação do Exercito.

     Tal confiança é coerente com a visão de futuro estabelecida no Plano de Gestão da Diretoria: “ ser um órgão de referência no EB e no Ministério da Defesa, reconhecido internacionalmente pela excelência na gestão do material de aviação e capaz de oferecer soluções adequadas e oportunas para a logística de Aviação do Exército”.

      Caso ocorra um crescimento da frota de aeronaves da Av Ex, o emprego e o aperfeiçoamento do capital intelectual existente nos quadros da Diretoria, juntamente com o adequado recebimento de recursos orçamentários, permitir-lhe-ão continuar cumprindo a sua missão: “ superintender, por meio de uma gestão ágil, altamente especializada e eficaz, as funções logísticas de suprimento, manutenção e transporte de material de aviação e de qualquer outro relacionado à Aviação do Exército, visando a garantir a operacionalidade daquele segmento da Força Terrestre, contribuindo para seu emprego em benefício do Exército Brasileiro”.

     Tendo como farol a sua missão e a sua visão de futuro e fazendo uso do Programa de Excelência Gerencial (PEG), a Diretoria está revisando e aperfeiçoando os processos e rotinas de trabalho, para um melhor desempenho de suas atividades.

     Nesse contexto, a preocupação da Diretoria com o planejamento contínuo, com o controle de metas a atingir e, principalmente, com a qualidade e profissionalismo de seus integrantes é um importante fator que contribui para a sua eficácia e para assumir o papel de liderança no gerenciamento de uma frota de helicópteros que poderá ser a maior do Brasil.

     4. Como está sendo a atuação da Diretoria no sentido de promover a nacionalização de equipamentos das aeronaves com o objetivo de transferir tecnologia de ponta para o país ?

      A Diretoria vem fomentando, por meio dos contratos de compensação (“Offset”) vinculados aos contratos de aquisição das aeronaves da AvEx, a transferência de tecnologia estrangeira para o País, atuando em dois segmentos:

- nacionalização da manutenção de componentes, como, por exemplo, a revisão geral das caixas de transmissão das aeronaves Pantera e o reparo de atuadores do piloto automático; e

- nacionalização da fabricação de componentes das aeronaves, como, por exemplo, capas de bancos das aeronaves Esquilo/Fennec e correias dos cintos de segurança, entre outros.

     Além dos inegáveis benefícios obtidos por intermédio de menor custo de reparo/aquisição dos componentes e de menor tempo para seu reparo/fornecimento, essa atividade proporciona ao Brasil o aumento de empregos diretos e indiretos e reduz a externação de recursos.

      5. Qual a visão de futuro da Diretoria no tocante à modernização da frota de aeronaves de asa rotativa da Aviação do Exército ?

      Com relação à modernização da frota de aeronaves de asa rotativa da AvEx, a Diretoria tem como principais metas:

- capacitação da Aviação do Exército para o combate noturno (para a configuração da primeira aeronave Esquilo/Fennec, o edital para a licitação já está pronto, aguardando a liberação de créditos orçamentários, para que possa ser publicado);

- ampliação da capacidade da logística operacional da Aviação do Exército;

- informatização dos processos de gerenciamento logístico;

- criação, organização e ativação de um Núcleo de Parque de Material de Aviação do Exército, de maneira a funcionar como transição para a futura implantação do Parque de Material de Aviação do Exército;

- aquisição de simuladores/treinadores de aeronaves; e

- aquisição de helicópteros de instrução.

     Em consonância com a Diretriz Estratégica de Aviação do Exército (Port n° 301, de 2 de julho de 2002, do Cmt Ex), a Diretoria tem como meta de longo prazo iniciar a substituição da frota adquirida nas décadas de 80 e 90, buscando a aquisição de aeronaves inteiramente projetadas para emprego militar, aptas ao combate diurno e noturno e com capacidade de instalação de equipamentos optrônicos no estado d’arte.

      6. A Diretoria visualiza a aquisição de aeronaves de asa fixa para a Aviação a curto ou médio prazo?

      Uma possível aquisição de aeronaves de asa fixa para a Aviação do Exército possibilitaria o cumprimento de missões de apoio ao combate e de apoio logístico em proveito de unidades da Forca Terrestre a um custo mais baixo por hora de vôo, trazendo grandes benefícios, sobretudo na região Amazônica. Ainda, esses meios aéreos proporcionariam maior flexibilidade para o apoio logístico a aeronaves da Av Ex que estivessem operando fora de sede.

     Cumpre lembrar que a aquisição desse tipo de material depende de decisão do escalão superior quanto à adoção de aeronaves de asa fixa para o Exército Brasileiro (EB). Tal decisão cabe ao Estado-Maior do Exército e só é tomada após estudo abrangente, inclusive, além do âmbito do EB, envolvendo o Ministério da Defesa.

     Antes de tomar a decisão, aquele órgão de direção geral deve, de acordo com as IG 20-13, elaborar a Lista de Necessidades de Material (LNM), definindo os materiais a serem obtidos, em função das necessidades operacionais. A LNM atualmente em vigor não inclui aeronaves de asa fixa como necessidade do EB e a Diretriz Estratégica de Aviação do Exército (SIPLEX-5) não prevê a adoção de aeronaves de asa fixa.

     Caso ocorra tal decisão, uma série de etapas deve ser cumprida antes da aquisição desse tipo de aeronave, conforme previsto nas IG 20-12. Dentre essas etapas, destacam-se: a previsão de necessidades operacionais futuras; o levantamento doutrinário das necessidades operacionais; o estabelecimento das Condicionantes Doutrinárias e Operacionais (CONDOP), dos Requisitos Operacionais Básicos (ROB), todos sob a responsabilidade do EME, e dos Requisitos Técnicos Básicos (RTB), sob responsabilidade da Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCT); etapas de elaboração dos livros do Plano Diretor de Exército (PDE); previsão orçamentária dos Órgãos de Direção Setorial (ODS); e avaliação técnica.

                                             A atual conjuntura econômica nacional, impondo sucessivas e profundas restrições orçamentárias às Forças Armadas, com reflexos para o EB, associada ao longo e profundo processo de renovação da frota da Força Aérea, é um fator complicador para a decisão quanto a adotar aeronaves de asa fixa para a Força Terrestre no curto ou médio prazo.

      7. Quais as ações que a Diretoria pretende adotar para viabilizar a possível implantação do “Destacamento Pantanal” ?

       A fim de viabilizar a implantação do Destacamento Pantanal, a DMAvEx adotará, inicialmente, as seguintes ações:

- inclusão do assunto no Plano de Gestão da Diretoria, como um projeto específico a ser elaborado e executado pelo CAvEx; e

- solicitação de crédito adicional necessário, conforme levantamento de necessidades a ser apresentado pelo CAvEx.

                                   Já visualizando uma posterior decisão para a efetiva transferência do 3° Esqd Av Ex para a área do Comando Militar do Oeste, a Diretoria está tomando as providências necessárias para que a previsão de tal transferência seja incluída no PDE, PS e PPS.

     8. Como gerente do projeto de implantação da frota das aeronaves Cougar na Aviação do Exército, como se encontra atualmente o desenvolvimento desse projeto ?

      O contrato da compra das aeronaves Cougar, firmado entre a DMAvEx-DLog e o consórcio Eurocopter/Helibras em 1999, possibilitou a aquisição de 08 (oito) aeronaves Cougar e a prestação do suporte logístico pelo consórcio. De acordo com o contrato, aquele consórcio deve fornecer técnicos executantes da manutenção, suprimento e ferramental à Aviação do Exército, tendo como única base de operação da frota as instalações do 4º Esqd Av Ex em Manaus-AM.

     Em conseqüência de decisão do Comando do Exército, a frota de aeronaves Cougar será fracionada em duas bases de operação: Manaus-AM e Taubaté-SP. Em abril passado, a fim de se viabilizar a implementação dessa decisão, um termo aditivo ao contrato de aquisição de aeronaves Cougar foi assinado com o Consórcio Eurocopter/Helibras.

     A operação da frota Cougar simultaneamente em duas bases distintas aumentará a operacionalidade do Comando de Aviação do Exército (Taubaté-SP), incrementando a sua capacidade de transporte de carga, seja pessoal ou material, em benefício das OM da Força Terrestre não-apoiadas pelo 4º Esqd Av Ex.

     Das oito aeronaves adquiridas, seis já se encontram em operação e as últimas duas serão recebidas neste mês de junho.

     A frota dessas aeronaves já voou cerca de 1.200 horas e tem demonstrado muita eficiência, alto índice de disponibilidade e total aprovação de emprego na região Amazônica.


      9. Quais as ações em estudo ou execução pela DMAvEx no que se refere à manutenção das aeronaves Black Hawk após o encerramento do atual contrato com a Sikorsky?

      A Diretoria solicitou à empresa Sikorsky apresentar uma proposta técnica e comercial com o objetivo de estudar a contratação de seus serviços de assistência técnica e de apoio logístico pelo período de 3 (três) anos, contados a partir de agosto de 2005, a serem pagos com créditos de compensação.

               Paralelamente, visando a capacitar em pessoal e material a Aviação, para assumir em definitivo a manutenção das aeronaves Black Hawk, a Diretoria vem trabalhando em coordenação com o 4º EsqdAvEx com a finalidade de a Av Ex executar todas as atividades logísticas, sobretudo a manutenção, necessárias para a operação das aeronaves.


      10. Qual a importância do plano de gestão, previsto no Programa de Excelência Gerencial (PEG), no contexto dos trabalhos da DMAvEx?

      Este Diretor expediu seu plano de gestão em 13 Mai 04, conforme previsto no calendário do PEG/2004.

     A importância desse documento cresceu na medida em que todos os chefes e diretores dos Órgãos de Direção Setorial/Apoio Setorial destacaram suas estratégias para atingir os objetivos de chefia, baseados no conceito do “alinhamento das estratégias”.

     Assim, a DMAvEx procurou observar os requisitos previstos no Plano Básico da Aviação do Exército e no plano de gestão do Departamento Logístico (DLog) para estabelecer seus objetivos e executar seu trabalho, de modo a melhor atender a seus principais clientes (CAvEx e 4º Esqd Av Ex), dentro das possibilidades de seu órgão de direção setorial enquadrante, o DLog.


PELA AUDÁCIA!
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