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TASK FORCE DESTINY
O GERENCIAMENTO DE RISCO OPERACIONAL
 
 

"O Leste do Afeganistão sempre foi um ambiente desafiador para qualquer aviação de helicópteros.
O terreno montanhoso e as condições climáticas imprevisiveis requerem uma aviação qualificada e experimentada até para cumprir as mais simples missões. Adicione-se as este ambiente um inimigo determinado e adaptável, que obriga que as missões sejam cumpridas nas noites mais escuras e, talvez, esteja formado o ambiente mais exigente que a aviação do Exército Americano jamais tenha emfrentado."

Terry Horner - CW4 US Army Aviation
 

Durante os últimos 10 anos de combate no Afeganistão, helicópteros abatidos pelo inimigo e acidentes aéreos foram, na sua imensa maioria, resultado de repedidos erros na técnica de voo e na tática de emprego. Sabendo disso a 101st decidiu inovar no processo de gerenciamento do risco até então utilizado.

A nova abordagem foi concebida de baixo para cima na hierarquia (bottom—up process), constituindo, já na preparação, um grupo de estudo composto por pilotos experientes (CWO) na missão que seria executada e também na aréa operacional do leste do Afeganistão.

Este grupo estabeleceu um guia batizado de Imperativos do Combate, ou CI(s) na sigla em inglês. Tais imperativos estavam ligados à todas as lições apreendidas, seja por acidentes ou por ação inimiga nas diversas missões anteriores.

Durante a preparação, o grupo revisou e aperfeiçoou os CI(s) inúmeras vezes até que definiu os 6(seis) CI que mais comprometiam o sucesso da missão. O acrônimo, em inglês, H4D2 sintetizou os CI: Quente (Hot), Alto (High), Pesado (Heavy), Hostil (Hostile), Escuro (Dark) e Poeirento (Dusty).Para cada CI foram desenvolvidas novas táticas e técnicas visando reduzir os riscos associados e foram criados Procedimentos Operacionais Padrão(SOP) para operar exclusivamente naquela região.

Para que os CI se mantivessem sempre vivos na mente dos planejadores, a Brigada determinou que eles fossem abordados nas diversas fases do planejamento da forma mais detalhada e extensa possível.

Paralelamente, outro grupo se encarregou de equipar as frações com materiais necessários e desenvolver um programa de treinamento que mitigasse cada ameaça materializada pelos CI.

Nos treinamentos, que duraram quase 1(um) ano, os CI foram amplamente difundidos e fielmente seguidos nos planejamentos e na execução de cada missão, tornando-se fundamentos individuais e coletivos basilares nas operações aéreas da Brigada.

 
Exemplos de ações realizadas para redução dos riscos para cada CI
 

Contudo, como os CI ainda não se constituiam uma norma aprovada, estabeleceu-se que cada comandante de missão ou de aeronave poderia desviar-se dos procedimentos caso a situação exigisse, desde que o desvio fosse uma ação planejada e coordenada previamente, evitando assim seguir apenas um instinto cego injustificado. Além disso, cada vez que um líder decidisse desviar-se dos procedimentos, deveria comunicar previamente ao piloto mais experiente da Brigada(Brigade Senior CWO) para ajustes que se fizessem necessários. Dessa forma criou-se um ambiente colaborativo para disseminação das informações críticas entre os 8(oito) batalhões que compunham a Brigada.

Essa maneira de planejar e treinar permitiu a detecção e a correção de falhas por meio de um processo de gerenciamento do risco customizado e adaptativo. Além disso, mostra que o gerenciamento do risco só se mostra eficiente quando customizado a cada tipo de tarefa ou missão e perfeitamente integrado ao planejamento e ao treinamento.

Essa nova forma de gerenciamento de risco comprovou sua eficácia quando a 101st CAB – Task Force Destiny completou seus 9 meses de missão no Afeganistão sem feridos ou perdas em combate.

 
LEGENDA
 

CW4 – Chief Warranty Officer 4

CI – Combat Imperatives

CAB – Combat Aviation Brigade

HLZ – High Land Zone

LZ – Land Zone

O texto acima é baseado em um artigo publicado na revista periódica da Aviação do Exército Americano – Aviation Digest - Ed. Julho/Setembro de 2014.

 
Maj RONALDO DINIZ
 
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