HARMATTAN – A MAIORIDADE DA ALAT |
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“Les Hélicoptères qui ont gagné la guerre” |
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(Nicolas Sarkosy) |
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Esta frase, além de ter causado uma enorme inveja nas outras forças armadas que participaram da operação, sintetiza o que significou a Operação HARMATTAN para a ALAT (Aviation Légère de l’Armée de Terre). Nas páginas a seguir, veremos como foi o desenrolar dos acontecimentos até a ALAT conseguir este merecido reconhecimento. ANTECEDENTES No ano de 2011 a Líbia sofreu um dos seus maiores conflitos internos. Descontentes ccom o governo do ditador Mouammar Kadafi (42 anos no poder), a população começa uma série de movimentos e reivindicações, que são violentamente reprimidas pelo governo. Rapidamente estas manifestações se tornaram revolta armada, sendo cooptado pelos insurgentes grande parte das forças regulares líbias. Inúmeros e violentos combates são travados, dentro das cidades, entre as forças leais ao governo e os insurgentes, levando grande perigo a população civil. Em 17 de março de 2011, o Conselho de Segurança da ONU1 expede a resolução 1973, delimitando uma Zona de Exclusão Aérea sobre todo o território líbio, afim de proteger a população das forças líbias pró-Kadafi, seja impedindo o emprego das aeronaves líbias, seja realizando ataques sobre as forças leais ao ditador. No dia seguinte ocorre em Paris uma cúpula internacional com o objetivo específico de discutir os problemas ocorridos na Líbia e as suas possíveis soluções. Fruto desta reunião, o presidente da República – Nicolas Sarkosy lança, no dia 19 de março, a Operação HARMATTAN - ação militar francesa a fim de fazer cumprir a resolução nº 1973. Cabe aqui ressaltar uma peculiaridade desta resolução: estava expressamente proibido o desembarque de tropas no país (pelo menos de tropas regulares…), por qualquer que fosse o motivo. Não haveriam ocupações, conquistas ou liberações de áreas líbias, ou seja: NO BOOTS ON THE GROUND. O tempo de reação das forças francesas engajadas nesta força de coalisão foi realmente impressionante:.minutos após o anúncio oficial, aeronaves Rafale da Força Aérea Francesa cumpriam missões de reconhecimento e, já final do dia, realizavam os primeiros ataques sobre alvos estratégicos.No dia seguinte foi a vez da Marinha Nacional Francesa enviar uma esquadra, capitaneada pelo porta-aviões Charles de Gaule, para a região de operações. Os primeiros dias dos ataques aéreos foram intensos. Partindo da Metrópole ou do ʺCharles de Gauleʺ, as aeronaves francesas destruíram importantes objetivos estratégicos, como centros de manutenção, depósitos de munição, centros de comando e controle, etc. Já o mes de abril foi marcado por um excessivo consumo de meios (principalmente munição, horas de voo e combustível) em comparação aos alvos atingidos. As forças kadafistas se adaptavam às ʺcondições de contornoʺ (no boots on the ground) e ao modus operandi das forças da OTAN (Atq Obj Estr). Postando-se dentro de zonas urbanas, utilizando viaturas 4X4 civis para o transporte do armamento anti-aéreo e operando próximo a Áreas de Fogo Proibido (escolas, hospitais, igrejas, mesquitas, etc), estas forças começaram a se tornar imunes aos ataques e, quando conseguiam ser atacadas, os efeitos colaterais eram significativos (destruição de imóveis e morte de civis). Tentou-se inclusive a utilização de munição de exercício guiada para destruir blindados, na tentativa de minimizar os danos colateriais. No início de maio as operações da OTAN chegaram a um impasse: mesmo após um mês e meio de intensos ataques e da destruição significativa de meios, as forças pró-Kadafi ainda mantinham boa capacidade de comando e controle, mostravam-se combativas e começavam a retomar territórios anteriormente perdidos. Pressionados fortemente pela mídia internacional por causa do ʺatolamentoʺ das operações e limitados pela imposição da resolução de não se invadir por terra o território líbio, França e Inglaterra apresentam uma solução, originalmente proposta pela ALAT, para o caso: o emprego de um HSG-Helicopter Strike Group. Esta força, composta por helicópteros dos Exércitos Francês e Britânico, seria empregada partindo do mar para realizar ataques ʺmicro-cirurgicosʺ nos alvos aonde a aviação estratégica não chega. Voando baixo e em completa escuridão, o objetivo era entrar furtivamente e o mais profundo possível e destruir alvo por alvo (principalmente as Vtr 4x4 civis que transportavam o material AAé), realizando um verdadeiro ʺpente finoʺ, a fim de impedir definitivamente qualquer reação das forças pró-Kadafi e abalar de maneira contundente o moral das mesmas. CONVENCIMENTO De imediato, o QG da OTAN interroga sobre a real necessidade de uma operação tão arriscada e reage, reticente, sobre a eficiência da solução proposta. O temor de uma aeronave ser abatida ou pior, uma tripuação ser capturada era patente. Tal evento certamente seria amplamente explorado pelas forças pró-Kadafi e aumentaria a pressão da opinião pública internacional, sem falar das possíveis consequências de uma missão de CSAR ou resgate de reféns…..os fantasmas de Mogadísico-1993 estavam presentes…. Começou então o ciclo de convencimento de que a ALAT estava apta a cumprir a missão proposta e pronta a correr os riscos acima citados. Inúmeros oficiais ALAT foram enviados aos diversos centros de planejamento e de condução das operações (particularmente de operações aéreas) da OTAN a fim de mostrar as capacidades e limitações da ALAT. A condição do Cmt das forças da OTAN ser um canadense francófono e antigo piloto de helicoptero ajudou bastante… CORRIDA CONTRA O TEMPO Em 12 de maio, o Presidente toma a decisão de empregar a ALAT no bojo da Operação HARMATTAN. Começa então a corrida contra o tempo: De maneira semelhante ao emprego das Forças Armadas co-irmãs, em apenas 05 (cinco) dias, após a decisão presidencial, o GAM (Groupement Aéromobile) da ALAT partia, embarcado no BPC2 Tonnerre, para a região de operações. |
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Para atingir tal objetivo, foi feito um monumental esforço de concentração de meios e de pessoal no qual toda a ALAT esteve envolvida. O reduzido número de meios disponíveis na metrópole fruto das operações em curso (Afeganistão e Costa do Marfim) fez com que a ALAT “ateasse fogo em quase todas as madeiras”. O GAM foi baseado no 5º RHC3, e a estrutura de Comando (PCMO4) baseada na Div Aero do CFT5. As outras organizações militares da ALAT (inclusive as escolas) forneceram tanto material como pessoal para completar as necessidades do GAM, do PCMO e das equipes de ligação junto às estruturas de comando e controle necessárias. |
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Ao mesmo tempo os mais de 70 oficiais do PCMO, junto com as equipes de OLig designadas para os PCs da OTAN continuam na tarefa de convencimento e no árduo trabalho de aparar arestas, harmonizando todos os procedimentos a fim de que a atuaçao dos helicópteros fosse sinérgica com o restante das operações e não apenas ações isoladas. COCKPIT DELEGATION – UM MARCO PARA AS OPERAÇÕES A primeira das vitórias da ALAT (e talvez a mais importante) ocorreu antes mesmo da primeira missão decolar : a conquista da cockpit delegation. Sem ela seria completamente impossível realizar os ataques micro-cirúrgicos inicialmente visualizados pela ALAT. A cockpit delegation é o ato de delegar o poder decisório de engajamento de um alvo diretamente para a cabine de pilotagem, não necessitando de autorização do escalão superior. Tal delegação fornecia a autonomia (e a responsabilidade) necessária para que o GAM pudesse, de acordo com a evolução dos acontecimentos e de como o inimigo realmente se apresentava, engajar os alvos julgados mais apropriados. Fato que, para a aviação de alto desempenho é algo bem raro, quase impossível. Tal delegação foi conseguida, dentre outros fatores, por conta da dificuldade de se fazer um eficaz controle positivo da formação (voo muito baixo) e do extremo dinamismo proposto para as ações, que não se encaixavam no ciclo decisório de condução de operações aéreas da OTAN. O GAM era controlado com uma só entidade até o momento de entrar na Z Aç. A partir desse momento, ele era completamente autônomo para escolher os alvos e qual seria o tratamento a ser dado a cada um deles. A única ligação entre o Cmdo Aéreo e as aeronaves era via PCMO - Anv PC. GROUPEMENT AEROMOBILE O GAM era composto de 18 aeronaves (que nunca foram empregadas simultaneamente) como já citado anteriormente, sendo que o Caracal da Força Aérea (missões de CSAR6) e o Panther da Marinha Nacional não faziam parte do Grupamento, entretanto poderiam ser empregados em proveito do GAM. |
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Das 18 Aeronaves, o GAM normalmente empregava, em cada missão, de 08 a 10 Anv - 02 Tigre, 02 Cougar e de 04 a 06 Gazelle. Tais aeronaves eram lançadas dos 06 spots disponíveis no BPC. Este déficit de locais de lançamento já seria, por si só, um fator de peso em todo planejamento logístico-operacional, mas a ele devemos acrescentar: a operação em noite nível 5 (completa escuridão) ; a redução de spots (de 06 para 05), por conta da ausência de referencias externas para os pousos e decolagens ; a necessidade de se dividir o Convoo com outras Anv permanentemente em prondidão (Caracal e Panther); e a baixa autonomia da Anv Gazelle (max 1h30 - 30 min sobre o objetivo). Classifico estas ʺoperações de soloʺ como o segundo fator de sucesso das operações da ALAT na HARMATTAN. Cuidadosamente planejadas, exaustivamente ensaiadas por todos os envolvidos, elas possibilitaram que o tempo entre duas decolagens fosse no máximo de 20 min. Ressalta-se que estão computadas neste tempo, ações como a liberação do Spot, a retirada do hangar subterrâneo da proxima aeronave, o desdobramento de suas pás, a preparação para decolagem e, por vezes, por questões de segurança, o municiamento da mesma! |
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O GAM foi declarado pronto para cumprimento das suas missões no dia 27 Mai, somente 10 dias após ter embarcado no BPC e 15 dias após o presidente decidir pelo seu emprego!!!! Entretanto, o primeiro Raid só veio a ocorrer uma semana após, visto que o grupamento Britânico (composto apenas por 4 apaches) ainda não estava pronto na Z Aç. Este atraso permitiu que outros treinamentos fossem feitos e outras arestas fossem aparadas. O PRIMEIRO RAID Vale relembrar que as operações do GAM não eram ações isoladas. Estavam inseridas em outras operações da OTAN. Como ilustração, quando da decolagem do GAM haviam submarinos nucleares patrulhando a costa, fragatas realizando a defesa anti-aérea do Tonnere, um porta-aviões em prontidão nas proximidades, aviões de patrulha marítma monitorando toda a operação e auxiliando as forças na identificação de ameacas além do alcance dos meios de observação, além das aeronaves de reconhecimento e controle que permaneciam em um nível de voo bem superior……… A vulnerabilidade das aeronaves (Gazelle - sem blindagem e proteção electrônica, Tigre – sem blindagem), o reduzido alcance do armamento dos Gazelle, a possibilidade das forças Kadafistas utilizarem os poucos equipamentos de visão noturna que possuíam e a disponibilidade de emprego dos equipamentos termais (VIVIANE) foram os fatores que tiveram peso na decisão de somente se operar em noites tipo 5. Neste tipo de noite os OVN7 ficam extremamente prejudicados, fazendo com que as tropas kadafistas ficassem realmente às cegas. Por estar baseado longe da costa (e voando em noites verdadeiramente tipo 5), o GAM se valeu, principalmente nos deslocamentos para a ZAç, de técnicas de voo IFR8, do OVN e das imagens termais geradas pelo sistema VIVIANE. A ausência deste sistema e a falta de precisão requerida para a missão (efeitos colaterais mínimos) do canhão axial 20 mm foram os principais motivos de se passar os Gazelle-Canhão para a reserva e posteriormente serem substituidos por outros Gazelle Viviane-HOT. |
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Como dito anteriormente, em cada saída eram empregadas de 08 a 10Anv, cada uma com uima missão bem definida, a saber: |
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Fora do grupamento, mas incluídos em cada operação ainda tínhamos: - 01 Panther (marinha): Verificação dos Itn Infiltr e, sfc, salvamento maritmo; e - 01 Caracal (Força Aérea): ECD realizar o CSAR (de todas as ações - não só as da ALAT) A sequência das ações de uma operação padrão era a seguinte: Primeiro decolavam o Cougar ImEx, o Cougar PC, os 02 Tigre e o Panther. Este último seguia para as ultimas verificações dos Itn Infltr, enquanto as outras Anv permaneciam em espera aguardando a decolagem dos Gazelle. Após a decolagem os Gazelle se integravam na formação entre os Tigre e os Cougar. Os Tigre seguiam, um pouco a frente, diretamente para a ZAç a fim de iniciar os primeiros ataques com os seus canhões e assim balizar melhor a Z Aç para os Gazelle (limitados em autonomia e velocidade). Voando baixo sobre o Itn Infltr (que era batido por fogos navais) e na própria Z Aç, vinham os Gazelle. A retaguarda da formação, a uma distância segura (fora do alcance do Armto L), seguiam o Cougar ImEx e o Cougar PC. Caso fosse necessário, os Gazelle retornavam para o BPC Tonnere para se reabastecer, se remuniciar e retormar para a ação. Com esta formação e desta maneira, o primeiro ataque do GAM partiu na madrugada de 03 para 04 Jun, em completa escuridão. Como resultado: nenhuma aeronave abatida e a destruição de 15 Bld, 02 CCom e outros alvos menores. Como podemos verificar as ações não eram simples e exigiam uma grande preparação, com um planejamento detalhado e minucioso e treinamentos e ensaios precisos e exaustivos por parte de todos os envolvidos nas operações. Verificou-se que o ciclo entre o início do planejamento de uma ação e a ação propriamente dita chegava, por vezes, a 96 horas. Como haviam cerca de 03 a 04 missões por semana, conclui-se que tanto para as células de planejamento quanto para o pessoal da execução propriamente dito as operações eram ʺcontinuadasʺ. |
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Por volta da oitava missão, já foi verificado uma baixa significativa do moral e uma quebra do dispositivo kadafista, o que possibilitou um ofensiva dos insurgentes e uma retomada de pontos fortes que haviam retornado para as mãos kadafistas. Até o final do conflito as forças pró-Kadafi se mostraram completamente impotentes face a esta forma de combater, prova disto foram as ações para a retomada de Syrte - O GAM precisou somente de 6 missões para, literalmente, varrer as últimas defessas líbias. No dia 21 de outubro de 2011, após cerca de 05 meses de ação da ALAT (e 02 rodízios), as operações militares foram oficialmente termidadas. Ao total foram 41 operações, com 316 saídas, aonde foram empregados 422 Msl HOT, 13.500 tiros de Can e 1.618 foguetes, destruindo cerca de 600 alvos militares, sendo 400 veículos e NENHUMA aeronave foi abatida. LIÇÕES APRENDIDAS A Operação HARMATTAN forneceu inúmeros ensinamentos à ALAT. Em todos os campos e especialidades aprendeu-se bastante. Entretanto, mais importante que o próprio ensinamento é a forma que ele será está aproveitado e por quem …. Desta operação extraio alguns grande ensinamentos, a saber : 1) Cockpit delegation A cockpit delegation foi, sem dúvida a maior das vitórias da ALAT. Sem ela, a operação não poderia seguir segundo o planejado. Delegar a responsabilidade para a cabine é algo que incomoda bastante os Centros de Comando e Controle, que desejam controlar todas as ações e todos os passos da operação. Entretanto tal desejo e necessidade de controle retira, na maioria das vezes, a iniciativa dos subordinados e, ao mesmo tempo, sobrecarrega estes centros com assuntos e tarefas assumidas sem necessidade. A ALAT brigou muito para que convencer que os Cmt Anv/Pel poderiam (e deveriam!!!!) receber tal delegação, pois possuiam todo os conhecimentos necessários (seja técnico, tático ou operacional) para analisar convenientemente as situações que se apresentavam diante dele e decidir de maneira oportuna. Com certeza esta « agilidade » no processo decisório fez com o número de alvos abatidos fosse elevado, sem que as forças de Kadafi pudessem sequer entender o que se passava. 2) Sinergia Foi conseguido uma sinergia dos meios disponíveis de maneira que as deficiências de um material, sistema ou fração fossem supridas por outro. Exemplo claro disso é o emprego do TIGRE como auxílio de proteção eletrônica e nas missões de cobertura quando os Gazelle estavam engajando um alvo com um Msl HOT, oportunidade em que a aeronave ficava completamente vulnerável, realizando um pairado com visão direta para o alvo a ser engajado. 3) Material Apesar dos Gazelle terem proporcionado um verdadeiro show e operado de forma excepcional, eles deram sinais que estão no limite da obsolecência para os combates atuais, nos quais é exigida a máxima eficiência e o menor efeito colateral. Concebidos para o combate anti-carro contra o Pacto de Varsóvia, os Gazelle possuem uma autonomia limitada (1h30), um armamento pouco preciso (Canhão Axial 20 mm) ou de alcance restrito (Msl HOT - 4 km) e um sistema de comunicações desastualizado. Além disso não possui um sistema de proteção eficiente (RWR, MWR, etc). Tais restrições de ordem material fizeram com que as tripulações se expusessem mais ao risco (voar baixo e atirar mais de perto) que, por exemplo, as tripulações inglesas. Estas, dotadas de Apache com misseis Hellfire, cumpriam as suas tarefas em maior segurança. (possuiam blindagem, sistemas de proteção e mísseis fire and forget de 8 km de alcance). Com relação aos Tigre, mais uma vez foi demostrada a sua flexibilidade e eficiência, agora em um cenário um pouco mais ʺconvencionalʺ que o Afeganistão. O Canhão orientável de 30 mm apresentou uma precisão admirável e seus sistemas de proteção mostraram-se altamente confiáveis. Ratificou-se também não só a decisão da transformação do Tigre HAP (Apoio e Proteção – Can e Fg) para HAD (Apoio a destruição - Msl, Fg e Can), como também a decisão de curto prazo de se qualificar nesta nova versão do Tigre o míssil Hellfire III, tendo em vista os problemas técnicos e orçamentarios sofridos pelo projeto do míssil francês. CONCLUSÃO A operação HARMATTAN foi um grande palco em que a ALAT fez uma de suas melhores apresentações, pois conseguiu levar a sua mensagem a inúmeros públicos simultaneamente. Permitiu mostrar à OTAN (e ao mundo) não só as possibilidades das suas aeronaves, mas principalmente a capacidade de seu pessoal que, de uma maneira extremanente profissional e flexível, soube vencer os desafios apresentados, se adaptando a dinâmica que o combate dos dias atuais exige. Sem sombra de dúvidas ela se firmou como a segunda melhor força de helicópteros do mundo ocidental, ficando atrás apenas dos EUA. Permitiu também mostrar ao povo francês que parte dos seus impostos está sendo muito bem empregado e às autoridades, que a ALAT é decididamente um vetor imprescindível para as ações da política externa do Estado Francês. Mesmo tendo o menor efetivo do exército, a ALAT é a arma que possui atualmente o maior efetivo desdobrado em OPEX12. Por fim, serviu para junto ao público interno, consolidar o espírito de corpo, ratificar as decisões anteriormente tomadas com relação aos destinos da ALAT (reestruturação, projetos TIGRE e CAÏMAN, etc), retificar outras (requisites para a nova aeronave de reconhecimento e ataque L) e consolidar as ações de formação, que se mostraram completamente satisfatórias, quanto ao objetivo de “formação para o primeiro emprego” (a escola entrega para a OM operacional o Cmt Pel pronto para ser empregado, faltando-lhe apenas a experiência). |
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Legenda: 1 ONU – Organização das Nações Unidas |
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TC Marcelo Ricardo CIOLETTE Oficial de Ligação do Exército Brasileiro junto à ALAT (Aviation Légère de l'Armée de Terre) |
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