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Emprego operacional do sistema “OLHO DA ÁGUIA"
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Descrição do sistema “OLHO DA ÁGUIA”
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O Sistema de Aquisição e Transmissão de Imagens instalado em uma aeronave HA-1 FENNEC, do Exército Brasileiro, consiste de uma câmera externa à aeronave para operação diurna e noturna, contendo sensores infravermelho de alta resolução e câmera de vídeo colorida. O equipamento dispõe de sistema giroscópico de estabilização direcional e um controlador portátil interno, para permitir a operação da câmera pelo operador do equipamento. O sistema FLIR – FORWARD LOOKING INFRARED ( Infravermelho de Visão Frontal) gera as imagens através da diferença de energia infravermelha dos corpos. Já o CCD – CANCORDER (Câmera de Vídeo), produz imagens no espectro da luz visível. O objetivo da utilização do sistema é possibilitar ao usuário maior capacidade de observação diurna ou noturna para detecção, reconhecimento e identificação de alvos estacionários ou em movimento, com a obtenção de imagens de vídeo que podem ser gravadas ou transmitidas para um ponto distante no solo em tempo real. Desta forma, o sistema objetiva aumentar a capacidade de observação da tripulação da aeronave nas operações de vigilância e observação aérea, segurança, defesa, busca e salvamento e outras aplicações.
Além de dispor de um gravador de vídeo para gravação das imagens, o helicóptero do Exército Brasileiro conta também com um sistema de transmissão de imagens por microondas, utilizando uma antena direcional de alto ganho e uma antena omnidirecional instaladas em um casulo montado externamente à aeronave. A antena direcional é orientada para um ponto selecionado no solo, manualmente ou utilizando um sistema automático de direcionamento alimentado por um receptor GPS, um giroscópio e uma bússola tipo "flux gate". A estação receptora no solo consiste em uma antena receptora direcional, uma unidade de controle e um receptor e transmissor de microondas. A antena de solo é direcionada para a aeronave por três formas de direcionamento: uma manual e duas automáticas, através de informações de telemetria fornecidas pelo receptor GPS que são transmitidas juntamente com a imagem e o áudio da aeronave, ou pela intensidade do sinal recebido. A Figura a seguir apresenta uma ilustração do sistema de transmissão da aeronave para o solo: |
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O sistema “OLHO DA ÁGUIA” pode ser empregado em missões de Reconhecimento ou Comando e Controle, permitindo ao Comandante e seu Estado Maior receberem, em tempo real, informações através de imagens de vídeo ou infravermelho (FLIR), retransmitindo-as se necessário ao Escalão Superior. Além disso, a aeronave pode servir de plataforma para retransmissão de mensagens do comandante para a sua tropa que opera na superfície, aumentando assim o alcance dos meios de comunicações. Da mesma forma, nas operações aeromóveis, o “OLHO DA ÁGUIA” permite a coordenação das frações de helicópteros envolvidas, quer retransmitindo mensagens, quer informando aos comandantes a posição de suas aeronaves. Em operações noturnas, a utilização do sistema “OLHO DA ÁGUIA” está restrita a áreas previamente reconhecidas e que atendam aos requisitos operacionais para o vôo visual noturno, tendo em vista o helicóptero ainda não ser dotado com iluminação que permita o vôo com óculos de visão noturna.
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Composição do sistema “OLHO DA ÁGUIA" |
O sistema “OLHO DA ÁGUIA” é composto por: 1. Uma aeronave HA-1 FENNEC, onde se encontra instalada a câmera de vídeo e infravermelho, a antena de transmissão em microondas, o vídeo para gravação das imagens, o console de operação da tripulação e um armamento para segurança aproximada do helicóptero. 2. Uma estação de recepção em terra composta por uma antena, uma maleta de recepção e um monitor de vídeo. 3. Uma estação de gravação e retransmissão de solo, composta por um microcomputador com gravador de CD e uma antena de transmissão via satélite. 4. Para o transporte das estações de recepção, gravação e retransmissão de Taubaté para a região de operação poderá ser usada uma aeronave de emprego geral (HM-1, HM-2 ou HM-3) ou uma viatura de pelo menos 3/4 Ton.
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Tripulação da aeronave |
A tripulação da aeronave do sistema “OLHO DA ÁGUIA” é composta por:
1. Um Piloto Comandante de Bordo o qual é responsável por coordenar os trabalhos da cabine, receber e transmitir as mensagens rádio e conduzir a navegação da aeronave. De acordo com a missão, o Comandante de Bordo pode também operar a câmera.
2. Um Piloto Tático o qual efetivamente pilota o helicóptero e, obedecendo aos comandos do Comandante de Bordo, posiciona a aeronave na melhor posição para o cumprimento da sua missão.
3. Um Operador da Câmera o qual é responsável por direcionar o equipamento para os alvos indicados pelo Comandante de Bordo. O Operador da Câmera é ainda o responsável pela manutenção de primeiro escalão dos equipamentos embarcados na aeronave.
4. Um Mecânico de Vôo Artilheiro o qual é responsável pela segurança da aeronave, livrando-a de obstáculos e utilizando o armamento lateral contra ameaças que venham a surgir. O Mecânico de Vôo Artilheiro é ainda o responsável pela manutenção da aeronave e do armamento.
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Providências a serem tomadas pela OM apoiada |
Para a operação, a Organização Militar apoiada deverá providenciar: 1. Um local seguro, de preferência campo gramado na própria Organização Militar, para o pouso das aeronaves. 2. Autorização para instalação da estação de recepção de terra em local que atenda aos seguintes requisitos:
a. Possuir DOMINÂNCIA e permitir VISADA DIRETA com a região da operação.
b. Não possuir instalações de grande porte em um raio de 200 m.
c. Estar próximo do Posto de Comando (no máximo 500 m).
d. Possuir fonte de corrente contínua de 110 V/220V.
e. Possuir acesso para viaturas a partir de 3/4 Ton.
f. Permitir a instalação de postos de segurança.
g. Possuir ligação por via telefônica ou rede (intranet).
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Missões do sistema |
O sistema “Olho da Águia” é apto a realizar :
1. Missões de combate
2. Missões de apoio ao combate
3. Missões de apoio logístico
4. Outras missões
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Missões de combate |
RECONHECIMENTO AEROMÓVEL
No reconhecimento aeromóvel o sistema “Olho da Águia” pode ser utilizado como meio de observação tanto pelo Comandante da Seção como pelo Comandante de Bordo, aumentando o alcance visual e proporcionando maior segurança às aeronaves por mantê-las mais afastadas dos objetivos.
ESCALÃO DE BALIZAMENTO E SEGURANÇA NO ATAQUE AEROMÓVEL Assim como no reconhecimento aeromóvel, o sistema “Olho da Águia” pode ser utilizado no escalão de reconhecimento do ataque aeromóvel para aumentar o alcance de observação, permitindo a localização, balizamento e monitoração de alvos, além de ser utilizado no reconhecimento dos itinerários de abordagem e evasiva.
ESCALÃO DE RECONHECIMENTO DO ASSALTO/INFILTRAÇÃO/INCURSÃO AEROMÓVEL
No escalão de reconhecimento do assalto, da infiltração e da incursão aeromóvel, o sistema “Olho da Águia” pode ser utilizado para reconhecer os itinerários, garantindo maior segurança às aeronaves de emprego geral. VIGILÂNCIA Durante uma vigilância, devido às grandes frentes a vigiar, os meios de observação ganham grande importância. Seguindo essa idéia, o sistema “Olho da Águia” é uma ferramenta que implementa, em muito, a capacidade da força aeromóvel.
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Missões de apoio ao combate |
COMANDO E CONTROLE
Como o sistema “Olho da Águia” permite ao Comandante ver o que ocorre em tempo real, ele se torna um meio de comando e controle de grande importância, principalmente, em operações que necessitem de um alto grau de centralização.
OBSERVAÇÃO DO TIRO DE ARTILHARIA E AVIAÇÃO
A condução do tiro de artilharia e da aviação aerotática em operações com características especiais, como operações na selva, caatinga e em localidade, é muito dificultada pela ausência de bons pontos de observação. Com o emprego do sistema “Olho da Águia” consegue-se utilizar a aeronave como plataforma de observação auxiliada por um meio óptico de grande alcance e um sistema de comunicações em tempo real.
APOIO ÀS OPERAÇÕES DE BUSCA E SALVAMENTO NA PROCURA DE PESSOAL E MATERIAL
O infravermelho do sistema “Olho da Águia” permite localizar pessoas ou materiais perdidos ou capturados mesmo no interior de vegetações de baixa altura, flutuando em mares, rios ou lagos ou ainda próximos a fortes fontes de calor durante o dia ou a noite. Pode-se ainda disponibilizar para o pessoal sinalizadores infravermelhos que são invisíveis a olho nu. A câmera CCD, permite a identificação positiva durante o dia, mantendo-se uma distância de segurança adequada e conseguida graças ao zoom disponível.
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Outras missões |
RECONHECIMENTO, VIGILÂNCIA, E COMANDO CONTROLE EM OPERAÇÕES DE GLO
As operações de Garantia da Lei e da Ordem – GLO, exigem informações sempre atualizadas e um certo grau de centralização nas decisões tomadas. O sistema “Olho da Águia” proporciona à força de superfície a capacidade de manter seus comandantes atualizados servindo de ligação entre a tropa que se encontra no local da crise e os mais altos níveis de comando da operação.
MONITORAMENTO AMBIENTAL - CONTROLE DE QUEIMADAS E DESPEJO DE POLUENTES
Devido às características de operação do FLIR, o sistema “Olho da Águia” presta-se ao controle de queimadas nas regiões de selva, detectando os focos de incêndio, e a detecção de despejo de poluentes em rios, lagos e até no mar.
AUXÍLIO À BUSCA E SALVAMENTO DE PESSOAS, AERONAVES E EMBARCAÇÕES EM TEMPO DE PAZ
O sistema “Olho da Águia” permite a localização e o salvamento de pessoas, aeronaves e embarcações em tempo de paz com a utilização das possibilidades do sistema FLIR.
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Perfis de observação |
Em Operações Aeromóveis |
OBSERVAÇÃO COM SUBIDA
A observação com subida é utilizada durante uma operação aeromóvel, quando a massa cobridora que proporciona segurança à aeronave só permite a visada direta do objetivo por sobre a mesma. A observação com subida consiste de quatro fases:
1ª Preparação antes da subida: o Comandante de Bordo deve indicar para o Piloto Tático a posição em que a aeronave permita a melhor observação do alvo. Ao mesmo tempo direciona a câmera na direção geral do objetivo mantendo-a em campo aberto (sem zoom) e optando pelo FLIR ou CCD conforme o tipo de Alvo.
2ª Subida: o Comandante de Bordo ordena a subida e passa a procurar o objetivo assim que a aeronave deixar de estar protegida pela massa cobridora.
3ª Localização e captura da imagem: assim que o objetivo é identificado, o Comandante de Bordo utiliza o campo restrito (zoom) para coletar as imagens (informações) que busca. O tempo de exposição da aeronave não deve ultrapassar 5 (cinco) segundos.
4ª Descida e mudança de posto de observação: após o tempo de exposição se expirar, ou a comando do Comandante de Bordo, o Piloto Tático inicia a descida ou arremete com uma decolagem tática em “U”, buscando ocupar um novo posto de observação. Para a observação com subida deve-se, sempre que possível, utilizar o artifício da “figura e fundo”, evitando a projeção no céu da silhueta da aeronave. Para novas observações de um mesmo objetivo deve-se utilizar postos de observação diferentes, pois duas observações em um mesmo PO afetam, em muito, a segurança da aeronave.
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OBSERVAÇÃO LATERAL
A observação lateral é utilizada durante uma operação aeromóvel quando a massa cobridora que proporciona segurança à aeronave permite visada direta com o alvo pela sua lateral esquerda (posição da câmera). Esse perfil é mais seguro que o de observação com subida pois expõe menos a aeronave às vistas do inimigo. A observação lateral consiste de quatro fases:
1ª Preparação para a observação: o Comandante de Bordo deve indicar para o Piloto Tático a posição em que a aeronave permita a melhor observação do alvo. Ao mesmo tempo direciona a câmera na direção geral do objetivo mantendo-a em campo aberto (sem zoom) e optando pelo FLIR ou CCD conforme o tipo de Alvo.
2ª Deslocamento lateral: o Comandante de Bordo comanda o movimento da aeronave à esquerda e passa a procurar o objetivo assim que a câmera deixar de estar obstruída pela massa cobridora.
3ª Localização e captura da imagem: assim que o objetivo é identificado, o comandante de bordo utiliza o campo restrito (zoom) para coletar as imagens (informações) que busca. O tempo de exposição da aeronave pode ser maior que 5 (cinco) segundos, porém, não deve ser superior a 30 (trinta) segundos.
4ª Retorno à coberta e mudança de posto de observação: após a observação, o Comandante de Bordo determina ao Piloto Tático que retorne à posição inicial ou que arremeta com uma decolagem tática em “U” pela direita, buscando ocupar um novo posto de observação. Para a observação lateral deve-se, também, sempre que possível, utilizar o artifício da “figura e fundo”, evitando a projeção no céu da silhueta da aeronave. Para novas observações de um mesmo objetivo deve-se utilizar postos de observação diferentes, pois duas observações em um mesmo PO afetam, em muito, a segurança da aeronave. |
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Em operações GLO, de busca e salvamento em tempo de paz e de controle de queimadas e emissão de poluentes |
PERFIL A 150 pés
O perfil a 150 pés é utilizado quando no local do objetivo da observação não há previsão da existência de armamentos que possam comprometer a segurança da aeronave ( passeatas, reuniões, acampamentos, busca de pessoas, embarcações ou aeronaves) e quando se deseja adquirir imagens (informações) com a maior riqueza de detalhes possível. Nesse perfil pode-se buscar placas de veículos, identificar pessoas em uma multidão ou confirmar o local de vazamento de um produto químico.
No perfil a 150 pés, a aeronave manterá a altura em relação ao alvo sempre superior a 150 pés e o afastamento lateral de pelo menos 150 metros. Em situações especiais, o helicóptero poderá descer para uma altura menor (mas nunca inferior a 50 pés) e se aproximar para uma distância menor (mas nunca inferior a 100 metros), porém ficará vulnerável a obstáculos no solo. |
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PERFIL A 500 pés
O perfil a 500 pés é utilizado quando no local do objetivo da observação há previsão da existência de armamentos leves com alcance de utilização de no máximo 50 metros ( revólveres e pistolas) e que possam comprometer a segurança da aeronave (ações policiais comuns) e quando se deseja adquirir imagens (informações) com uma riqueza de detalhes mediana. Nesse perfil pode-se identificar veículos pelo modelo e cor, pessoas pela cor das roupas e destroços de embarcações e aeronaves .
No perfil a 500 pés, a aeronave manterá a altura em relação ao alvo sempre superior a 500 pés e o afastamento lateral de pelo menos 300 metros. Em situações especiais, o helicóptero poderá descer para uma altura menor (mas nunca inferior a 150 pés - alcance do armamento) e se aproximar para uma distância menor (mas nunca inferior a 200 metros) porém ficará vulnerável a disparos sem precisão dos armamentos presentes no local da crise. |
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PERFIL A 1500 pés
O perfil a 1500 pés é utilizado quando no local do objetivo da observação há previsão da existência de armamentos pesados, com alcance de utilização de no máximo 200 metros ( fuzis, lançadores de granadas, etc) e que possam comprometer a segurança da aeronave (ações policiais contra o crime organizado, guerrilha) e quando se deseja adquirir imagens (informações) com uma riqueza de detalhes baixa. Nesse perfil pode-se identificar a movimentação de veículos, pessoas e localizar os destroços de embarcações e aeronaves se os mesmos possuírem alguma fonte de calor .
No perfil a 1500 pés, a aeronave manterá a altura em relação ao alvo sempre superior a 1500 pés e o afastamento lateral de pelo menos 1000 metros. Em situações especiais, o helicóptero poderá descer para uma altura menor (mas nunca inferior a 500 pés - alcance do armamento) e se aproximar para uma distância menor (mas nunca inferior a 500 metros), porém ficará vulnerável a disparos sem precisão dos armamentos presentes no local da crise. |
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Medidas de segurança para as operações |
A aeronave deverá estar equipada com suas blindagens e assentos balísticos; se possível armada e acompanhada de uma aeronave de segurança. Os tripulantes devem portar armamento individual, de preferência pistola e fuzil, além do colete balístico.
As aeronaves devem evitar sobrevôo a alturas inferiores a 50,150, 500 pés, conforme o perfil adotado. Em missões de combate deve ser evitado o sobrevôo do alvo sendo adotadas a observação lateral e com subida.
A aeronave só deve voar sobre o objetivo quando a tropa de superfície puder garantir sua segurança, ou seja, que o inimigo (força adversa) esteja tão engajado pela força terrestre que não voltará sua atenção para as aeronaves em vôo.
Nas situações em que não haja a presença de armamentos pode-se sobrevoar os objetivos, mas deve-se tomar cuidado com obstáculos no solo se for adotado um perfil muito baixo para observação (150 pés).
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Formação do operador |
TREINAMENTO BÁSICO
- 11 Tempos de Instrução Teórica
- 03 Tempos de Instrução no Solo
- 01 Vôo nos perfis:
- 150, 500, 1500 Ft.
- Observação com Subida.
- Observação Lateral.
- Operação das estações de solo
TREINAMENTO AVANÇADO
- 02 Tempos de Instrução Teórica
- Vôos (D/N) em missões de:
- C2.
- Reconhecimento.
- Vigilância.
- Operação das estações de solo em exercícios com coordenação entre a aeronave e a tropa de superfície.
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Fotos |
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PELA AUDÁCIA!
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