No período de 15 de abril à 7 de julho de 2006, ocorreu no CIAvEx o Curso de Piloto de Combate 2006. Foram 12 semanas de instrução em que os 20 alunos (18 do Exército Brasileiro, 01 da Marinha do Brasil e 01 da Força Aérea Brasileira) foram submetidos a treinamentos que exijiram grande capacidade física, intelectual e emocional. Em todas as atividades desenvolvidas os dicentes eram avaliados tanto em conhecimentos técnicos e táticos como em atributos da área afetiva.
O CPC 2006 passou por algumas reformulações, visando atender as atuais necessidades das Unidades Aéreas do CAvEx. Algumas instruções foram introduzidas no currículo do curso e outras foram modificadas ou adaptadas. Foram introduzidos exercícios de busca e salvamento em operações aeromóveis, condução de fogos de artilharia, guiamento de aeronaves para apoio aéreo aproximado, utilização de GPS para auxílio a navegação tática e crítica das missões (juntamente com os software Track Maker e Google Earth), apronto operacional, ensaios na sistemática do “US Army”, aconselhamento (“feedback”) dos instrutores e psicólogos ao final de cada fase do curso para cada um dos alunos, aumento das cargas de trabalho em operações, cobrança continua da ação de comando dos alunos no desempenho de funções em todos os níveis e vôo sob controle tático.
Os exercícios de busca e salvamento em operações aeromóveis foram realizados ao final de cada operação e os alunos puderam viver a posição de “resgatado” ou “resgatante”. No decorrer das missões, simulava-se que aeronaves eram abatidas e os alunos componentes das tripulações adotavam as medidas previstas nas ordens emitidas, utilizando o Cartão de Danos da Aeronave para simular as avarias e o Cartão de Baixa para indicar quais ferimentos no pessoal seriam simulados. Além disso todas as ações dos “resgatados” eram realizadas e acompanhadas de perto por uma equipe composta por um instrutor ou monitor e por uma equipe médica. Por outro lado, o comandante da fração a qual pertencia a aeronave abatida, analisava a situação e, baseado na sua matriz de apoio a decisão, desencadeava uma das missões de resgate pré-planejadas (extração imediata ou posterior). Além da busca e salvamento, o alunos ainda realizaram um exercício de evasão elaborado e conduzido por militares do Centro de Instrução de Operações Especiais - CIOpEsp, durante o desenvolvimento da operação final do curso, realizada na região de Lins-SP. Essas atividades fizeram com que os alunos exercitassem a busca e salvamento em operações aeromóveis identificando as dificuldades individuais e organizacionais para o desecadeamento deste tipo de operação.
A instrução de condução dos fogos de artilharia, que limitava-se a um estágio realizado na AMAN, foi ampliada com a execução da missão (de forma simulada) em alguns exercícios. Os alunos eram avaliados em seus planejamentos no levantamento de potenciais alvos de artilharia, devendo relacioná-los e enviá-los ao escalão superior para aprovação. Nos exercícios, simulava-se a presença de uma artilharia que pudesse prover apoio às ações da aviação em determinados setores.
A função de Guia Aéreo Avançado foi introduzida no currículo do curso tendo em vista as condições de emprego da Av Ex, que é uma das tropas com maior capacidade de se aproximar de posições inimigas e conduzir aeronaves de apoio aéreo aproximado para alvos no solo. Nos exercícios, os alunos foram cobrados no planejamento de alvos para aviação aerotática e ataques foram simulados em algumas operações.
A utilização do GPS como meio de auxílio a navegação tática serviu para introduzir no CPC e na AvEx essa ferramenta que normalmente só é empregada nos vôos administrativos. Durante os exercícios, os alunos observaram o valor desse equipamento, mas também cosntataram que ele não consegue substituir a carta, especialmente nos vôos desenfiados. Além disso, o GPS, quando associado a programas específicos, permite que os instrutores realizem a crítica das operações, apontando, erros de navegação e falhas na segurança técnica e tática.
Nesse curso, antes da fase de operações, foi realizado um Apronto Operacional. Essa atividade tinha como finalidade verificar o aprestamento dos alunos para a fase que se iniciava e motivá-los a preparar seu equipamento de forma a deixá-lo nas melhores condições para o cumprimento das missões que a AvEx costuma cumprir.
Os ensaios na sistemática do “US Army” já eram praticados no CPC, porém, esse ano, as atividades foram normatizadas e os alunos puderam usufruir da Área de Instrução Coberta do CIAvEx. Essa instalção foi construída, entre outros motivos, para realização dessa fase do processo de trabalho de comando nas operações dos cursos no âmbito do CIAvEx.
Aconselhamentos psicológicos e técnicos foram intensificados no curso para dar aos alunos as melhores condições para o aprendizado. Ao final de cada fase do CPC, os alunos eram orientados individualmente pelos intrutores e pelas psicólogas do CIAvEx. Os IV abordavam assuntos técnicos e propunham mediadas para os alunos melhorarem seus desempenhos na áerea cognitiva. Já as psicólogas voltavam suas orientações para os atributos da área afetiva julgados importantes para o desempenho das funções de comando na Av Ex do nível Seção até Esquadrilha de Helicópteros.
O aumento da carga de trabalho e a cobrança da ação de comando visaram simular as condições de “stress” em combate e em outras situações vividas no cotidiano da Av Ex e, também, desenvolver a liderança dos oficias alunos. Durante a fase de operações, as atividades desenvolviam-se em horários além do expediente e em jornadas mais longas, obrigando os alunos em função de comando a planejar de forma pormenorizada como ocorreria o descanso dos seus subordinados. Essas situações fizeram com que os atributos da área afetiva ficassem mais aparentes e os oficiais alunos exercitassem na plenitude as suas capacidades de liderar frações da Av Ex até o nível subunidade.
Durante as operações, todas as aeronaves eram controladas por controladores táticos e planos VOCOM eram obrigatoriamente confeccionados. Na Operação Vale do Paraíba, o controle tático foi exercido por um oficial do CIAvEx possuidor do curso Controlador Aerotático, realizado na Marinha do Brasil, que recebia os planos VOCOM dos alunos e controlava os vôos a partir de uma estação montada na torre do aeródromo de Taubaté (SBTA). Já no exercício de encerramento do curso em Lins-SP, o CIAvEx foi contemplado com o apoio de uma aeronave R-99 da FAB a qual exerceu as funções de contole tático e de serviço de alerta aéreo antecipado, sendo os planos VOCOM enviados para um O Lig Av Ex que foi mantido junto a OM da FAB. Com a exercitação do plano VOCOM e do controle tático, os alunos verificaram a importância desses intrumentos e das medidas de coordenação e controle do espaço aéreo.
No processo contínuo de aperfeiçoamento dos seus cursos, O CIAvEx planeja desenvolver no CPC 2007 operações de Garantia da Lei e da Ordem - GLO e Combate a Localidade; ensaio de operações em ambiente virtual utilizando o treinador sintético e outras melhorias baseadas nas sugestões dos concludentes do curso em 2006.
Após a conclusão do CPC 2006, o CIAvEx tem a certeza que aperfeiçoando os ensinamentos e instruções ministrados, está buscando enviar para as OM Av Ex oficiais aptos a desempenhar nas melhores condições as funções pertinentes ao Piloto de Combate, atendendo as necessidades de pessoal das Unidades operacionais da Aviação do Exército.